Monday, May 07, 2007

Era só o desabafo de um torcedor....

Um post de um apaixonado torcedor virou um debate sobre corrupção.

Debate interessante, por sinal. A Karol Moreno disse que não conseguia entender como os brasileiros eram tão apaixonados por futebol, uma coisa tão corrupta.

É verdade, o futebol é sim uma coisa corrupta. E não só no Brasil. Tem escândalos de corrupção na Inglaterra, Itália, em todos os centros onda a movimentação financeira é intensa.

Só que o coração de um torcedor apaixonado não se move por isso. Ele torce na inocência, torce apenas por se identificar com seu time. Não vai ganhar nada por isso. Vai até gastar muito dinheiro só pra ser feliz, ou triste. Gasta dinheiro pra ir ao estádio, gasta dinheiro pra comprar pacote de jogos na televisão, gasta dinheiro comprando a camisa oficial...

Mas quem dera que a corrupção fosse só no futebol. A gente vê presidente, governador, prefeito, deputado, vereador (por sinal, tem uns bem caloteiros por aí, que ainda não pagaram jingles da campanha passada...) construindo, com muito ‘esforço’, o mar de lama que ronda nosso Brasil. Não tem um que se salve. E não tem um que NOS salve.

Até a arte é corrupta. Ou vocês esqueceram dos milhões que o Governo Federal destinou para a Norma Bengell filmar ‘O Guarani’, e para o Guilherme Fontes gravar ‘Chatô’? Esses filmes, até hoje, não saíram do papel. E os bolsos de Norma e Guilherme estão cheios de dinheiro do povo.

Nosso Ministro da Cultura, que é um artista fantástico, também se uniu à corrupção, contra a qual ele sempre lutou, e financiou uma Semana do Brasil na França, na qual ele era uma das atrações principais... Digno de admiração isso, não?

Tem também o tal do jabá. Ou vocês acham certo uma emissora de segunda linha do Rio de Janeiro cobrar R$ 50 mil para tocar as músicas de uma banda nova?? Imagine quanto uma Jovem Pan da vida não cobra....

A corrupção está em todo lugar. Pra onde a gente olha, a gente vê corrupção. Se eu for deixar de curtir meu futebol por causa disso melhor eu parar de ouvir música também, porque as rádios são corruptas, as gravadoras também e baixar música pela net é ilegal. Se eu deixar de ver meu futebol, deixo de votar também.

"Pegue duas medidas de estupidez, junte trinta e quatro partes de mentira

Coloque tudo numa formaUntada previamente Com promessas não cumpridas

Adicione a seguir o ódio e a inveja As dez colheres cheias de burrice

Mexa tudo e misture bem.

E não se esqueça: antes de levar ao forno temperar com essência de espirito de porco

Duas xícaras de indiferença e um tablete e meio de preguiça"

(Legião Urbana - Os Anjos)

Monday, April 02, 2007

A arte da mudança

“I don't want to be
Anything other than what I've been trying to be lately
All I have to do
Is think of me and I have peace of mind
I'm tired of looking 'round rooms
Wondering what I've got to do
Or who I'm supposed to be
I don't want to be anything other than me”

(I Don’t Wanna Be – Gavin Degraw)

Faz muito tempo que não escrevo aqui, hein? Confesso que estava sentindo falta de expor as minhas idéias num espaço que eu gosto tanto, onde eu posso falar o que quiser, ser quem eu sou, sem me preocupar com o que vão ou não pensar de mim.

E foi exatamente por isso que eu resolvi voltar a escrever aqui. Por esses dias eu soube que algumas pessoas pensavam coisas distorcidas a meu respeito. Coisas que não condizem com o que de fato eu sou. Antigamente eu iria explodir, atacar as pessoas de alguma forma. Mas dessa vez eu resolvi fazer diferente. Resolvi simplesmente pensar um pouco. E foi quando eu percebi que as pessoas poderiam pensar essas coisas a meu respeito justamente por conta das minhas atitudes impensadas, por causa das vezes que eu agi sem medir as conseqüências dos meus atos.

Não sou senhor da razão, apesar de saber que muitas vezes acabei, até mesmo inconscientemente, me comportando como tal. Mas acho que nunca tive tanta razão quanto agora, quando estou refletindo sobre muitos dos meus atos e tentando aprender com eles da forma necessária.

Como eu mesmo disse para uma pessoa, hoje, via e-mail, tudo depende de como a gente encara as coisas. Enquanto para uns a vida pode ser uma grande lição, para outros ela pode ser um grande aprendizado. Num primeiro momento essas duas frases podem soar bastante semelhantes. Mas há uma grande diferença. Porque quem encara a vida como uma grande lição, procura impor aos outros aquilo que acha correto. Já quem encara a vida como uma grande aprendizado, consegue ser mais compreensivo com as outras pessoas, pois sabem que ela pode estar aprendendo muita coisa ainda.

Assim como eu estou.


“Mude.
Mas comece devagar,
porque a direção é mais importante que a velocidade”.

(Simone Spoladore)

Wednesday, December 13, 2006

Love in the afternoon...

“É tão estranho
Os bons morrem jovens
Assim parece ser
Quando me lembro de você
Que acabou indo embora
Cedo demais”



É possível sentir falta de alguém que você praticamente não conviveu durante toda a vida?

Antes que alguém tente argumentar, eu respondo: sim, é possível. Amanhã minha casa era para estar em festa, comemorando os 22 anos do meu irmão, o Pablo.Mas, infelizmente, ele se foi muito cedo. Faleceu em setembro de 85, quando tinha apenas nove meses de idade, vítima de um problema no coração.

Toda vez que lembro dele fico pensando como seria minha vida se tivesse sido criado com um irmão do meu lado. Quantas e quantas vezes me peguei imaginando a gente conversando sobre nossos problemas, nossas angústias, contando sobre nossas namoradas, falando sobre música...Não tenho dúvidas de que ele seria um grande companheiro, um grande amigo, um irmão de fato.

Quando comecei no mundo da música, vi, por várias vezes, irmãos tocando juntos, e vejo até hoje. Quando vejo Stanley e Renato, Lucas e Tiago, Paulo e Barga, e tantos outros irmãos tocando juntos, fico imaginando como seria se o Pablo ainda estivesse aqui. Fico imaginando a gente tocando juntos, dividindo emoções...Mas pera lá! Será que ele ia ter esse mesmo gosto pela música do que eu? Não sei, mas eu, como irmão, ia fazer de tudo para influenciá-lo..

O Pablo ainda está presente em todos os momentos da minha vida. Nos dias inesquecíveis, sempre lembro dele. Meus grandes momentos ele sempre está junto...Já quis tatuar o rosto dele em mim, mas depois achei melhor não fazê-lo. Seria doloroso demais para minha mãe ver o rosto do filho dela falecido todos os dias...

Mas ele está vivo...muito vivo dentro de todos nós. E sei que no dia que nos reencontrarmos, ele vai me dar muitas broncas e muitos elogios por tudo que eu fiz na vida. Porque ela é meu irmão e sempre vai ser. Isso nem a morte destrói.

Te amo, meu irmão...


“Só que você foi embora cedo demais
Eu continuo aqui
Com meu trabalho e meus amigos
E me lembro de você em dias assim
Um dia de chuva, um dia de sol
E o que sinto não sei dizer”.

Tuesday, November 28, 2006

Sorriso aberto e roupa nova...

“Viver
Repetir todo o dia a tarefa
De ser um a mais
Uma parte qualquer da metade
Do que não é nada a não ser
Alguém”


(Essa Não é A Sua Vida – Papas da Língua)

Essa já é a terceira vez, só hoje, que eu começo a escrever o mesmo post. Os dois primeiros tinham dois assuntos bem distintos. E esse já é totalmente diferente. É uma celebração à falta de assunto.

Não sei porque eu simplesmente me vi sem assunto sendo que tem acontecido tanta coisa na minha vida. Muita coisa boa, algumas coisas ruins, mas simplesmente não consegui escrever nada que tivesse alguma semelhança com meu estilo de postar aqui nesse blog.

Então parei e comecei a pensar que talvez eu esteja “sem assunto” por conta da forma que eu venho conduzindo a minha vida ultimamente. Sem me cobrar tanto, sendo menos “chato”, menos precipitado, mais consciente, menos impulsivo, mais confiante, menos inseguro....E acho que essas mudanças que chegaram devagar foram fundamentais para que, hoje, eu me considere vivendo um dos melhores momentos da minha vida.

Sei que eu sempre fui aquele cara intenso, passional demais em todos os campos da minha vida, e é estranho para muitos me ver desse jeito. Mas, acreditem, estou feliz. E muito, por sinal, mesmo que eu não esteja vivendo sob fortes emoções.

Às vezes é ótimo deixar de navegar em mares turbulentos e aproveitar a calmaria que a vida pode nos oferecer...

Monday, August 28, 2006

Aprendendo a odiar...

“Esse meu ódio
é o veneno que eu tomo
querendo que o outro morra”

(Ódio – Luxúria)



Acontecimentos recentes me fizeram refletir bastante acerca do que é sentir esse tal ódio. Quando era criança costumava dizer que ele era o pior sentimento do mundo. Mas hoje não acho mais. Até o ódio eu vejo como um mal necessário.
Não sei dizer especificamente o que é o ódio. Mas sei que sinto algo muito próximo dele, isso se não for o próprio. Não consigo ficar perto, não consigo compactuar com tal falsidade, com tal falta de caráter e com tanta dissimulação. Mas é preciso saber conviver. Não com o objeto do ódio, mas com as pessoas que não sentem o mesmo que eu sinto. É preciso, por mais difícil que seja, respeitar as diferenças.

Por conta desse ódio eu quase deixei de viver momentos legais com meus amigos na última semana, pelo simples fato de não querer estar perto de alguém que me desperta tantos sentimentos ruins. Mas um amigo fez questão de mostrar pra mim que eu não poderia penalizar pessoas que sentiriam minha falta só por conta do ódio que eu sentia por aquela pessoa.

O amor é maior, o amor pelos amigos foi bem maior que o ódio. Mas acho que só pude perceber isso e dar um pouquinho mais de valor aos meus amigos justamente por ter aprendido com o ódio. Dizem que nos menores frascos estão os melhores perfumes. Mas dos piores frascos também podemos tirar as melhores lições!

Abraços a todos e fiquem com Deus!

Wednesday, August 23, 2006

Tudo natural....

“Eu pensei
te dizer tanta coisa
mas pra quê
se eu tenho a música?”

(Bem Simples – Roupa Nova)


Fazia tempo, muito tempo, que eu não escrevia aqui. Quase cinco meses afastado deste espaço. Nesse período, acabei me dedicando mais à produção musical. Escrevendo músicas, ensaiando e levando ao palco com a Insight, num dos momentos artísticos da minha vida que eu jamais vou esquecer.

Ver as pessoas prestigiando seus textos, é ótimo, mas ver uma massa dançando, e às vezes até cantando, uma música que você fez num dia qualquer é algo inigualável. Eu amo jornalismo, eu amo escrever, eu amo futebol, amo minha família, amo meus amigos. Mas a música me completa. Ela me faz maior. Se minha vida é um bolo, a música é a cereja, aquele enfeite final, o último retoque para a perfeição.

Graças à música, hoje eu sou um cara mais confiante. Ela me ajudou a ficar mais seguro de mim, a aproveitar meu tempo investindo em algo que, finalmente, acredito que pode render bons frutos no futuro. E mesmo que não renda, já me trouxe momentos inesquecíveis, únicos. A música me ajudou a ser mais eu no meio de tantos turbilhões que a vida coloca no nosso caminho.

Hoje eu vejo que antes eu perdia muito tempo da minha vida ‘curtindo fustrações’ que só me impediam de ser um pouco mais feliz. Hoje eu aprendi a deixar as frustrações de lado. Ficar pensando nelas não ia ajudar a resolver nada. Vou curtir minha felicidade, fazer minhas músicas, escrever meus textos...Os problemas não deixarão de existir, mas pelo menos serão bem menores num universo de tantas coisas boas a fazer.

Monday, April 03, 2006

Porto seguro ou barco bem feito?

“Enquanto isso
navegando eu vou sem paz
sem ter um porto
quase morto
sem um cais...”
(Veja Bem Meu Bem - Los Hermanos)


Hoje eu me peguei pensando bastante a respeito da minha vida e da forma como a venho conduzindo ao longo dos anos. E percebi que venho tendo comportamentos recorrentes em situações onde eu já deveria ter aprendido a mudar.

Como já falei pra vocês anteriormente, ando buscando ter “momentos mais meus”, buscando uma valorização pessoal que, em certos momentos, tardou a vir. Antes tarde do que nunca. Veio, e está vindo, na hora certa. Foram poucos os momentos em que estive tão de bem comigo quanto agora. Hoje alguém me falou: “ser uma boa pessoa não é ter somente aspectos positivos na vida. É ter os aspectos positivos e saber conviver com os negativos”. E por que eu não pensei nisso antes, se tudo parecia tão óbvio? Na verdade eu acho até que pensei, mas a gente sempre costuma procurar os caminhos mais fáceis, que com o passar do tempo a gente vê que, na verdade, os mais fáceis são aqueles que vêm a se tornar os mais difíceis.

Acho que o nosso erro é, muitas vezes, procurar no lugar errado. A gente busca tanto a felicidade em outros lugares e esquecemos de olhar para nós mesmos. Todos dizem que olham. Mas poucos são os que fazem isso de fato. Passamos a vida procurando um porto seguro, mas esquecemos de construir um barco forte e consistente para superar as dificuldades da navegação. E a vida fica lançada ao mar...
Até a próxima!